quinta-feira, 18 de novembro de 2010

HISTÓRIA DE AMOR


ESPETÁCULO

Uma peça de teatro...daria para ser roteirizada minha história de amor.
Não creio no ineditismo...mas orgulho-me da forma impar que se sucedeu.
Orgulho-me mais ainda de fazer o par principal dessa história e ter a melhor partner que um homem pode desejar.
(ah, o amor...sempre dizem isso no começo...em que tudo são flores...)
Sim, talvez, nós, amantes e apaixonados, afortunados e eloquentes proliferadores do amor sejamos assim para alguns: instantâneos e imediatistas. Mas é sim o amor um 'aqui agora' (ainda que o 'meu "aqui" esteja agora não perto daqui), mas é também construção, afeição, afinidade (até na falta dessas), é como princípio de tudo ter o mesmo olhar, quase um reflexo, de que o outro é uma pessoa...que é um ser... que não é estanque... que move-se interna e externamente constantemente, até nas infimas particulas que não podemos perceber.
Sim, o 'meu' Amor querido já não é hoje a mesma que era ontèm...assim como eu. Uma camera a registrar todos os dias uma imagem no mesmo lugar, como a um fotograma de um filme e ao final ser passado em velocidade normal teriamos a noção exata de como é essa nossa passagem mutante.

(1seg=24imagens/fotogramas. 60seg=1min [60x24= 1440]. 1h = 60min [60x1440=86400].
1 ano = 360 dias [360 imagens]. 60 anos = 21600].
21600(60anos) / 1440(1 minuto) = 15 minutos.

tradução da matemática: se tirassemos uma foto de nosso rosto no mesmo lugar e no mesmo enquadre, desde o dia do nascimento, por 60 anos (uma foto só ao dia), teriamos um filme de 15 minutos a mostrar nosso envelhecimento.




O palco da minha história são as ruas por onde meus pés agora flutuam.



Uma janela para a alma.



Por essas ruas transito e transmuto para um mundo tão somente nosso em que transeuntes dispersam-se como fumaça ao vento. Uma janela por onde meu coração fala, sente, ri, chora, grita, estendem-se, debruça, teme. Uma janela que enquadra o abstratismo do meu sentimento. Uma janela que não pode ser vista...eventualmente tentada ser admirada, mas uma janela que pertence a apenas duas pessoas, na impermeabilidade do vidro na invisibilidade desse.

Ruas...sim ruas...sempre desertas. Verde que te és verde...azul que te és azul.

os pequenos pés que dobro meus joelhos.

As pessoas são únicas. Indivíduos.
Já o amor, não é único. Nâo há um unico amor em uma existência. Assim como não há uma única forma de amar (no sentido de energia-objeto). Amamos pais, filhos, irmãos, tios, avós, bichinhos, coisas... e um 'outro' que surge rampante no horizonte e toma-nos selvagemente.
No entanto, se estivermos completos, inteiros, saberemos distinguir quando um amor nasce de forma verdadeira, autonoma, sem projeções, atribuições, sombras...

Não se força o amor...pois sua resistencia a força tem a potencia de uma fina folha de papel absorvente molhado. Nâo somos nós a agir sobre o amor, mas ele a agir sobre nós. E não...o amor não tira a razão, pois ele tem em si, razão. O erro é coloca-lo como unica razão e interpela-lo como único, absoluto, de vida unica, que se findar não haverá outro.

A esses alicia-se o receio da perda, e o medo afasta qualquer possibilidade de viver de forma plena o que somente pode ser vivido sem 'correias', sem comando austéro, sem determinação militar e ditadora, sem dogmas, sem convenções que estrapolam nossa necessidade ou maneira de ser. O amor é um produto da relação humana, que difere de acasalamentos de mundo animal (não sou um biologo e falo aqui por minha opnião). Somos seres pensantes, unicos capazes de estabelecer linguagem e desenvolver capacidade de abstração, produzir pensamentos para além da memória imediata, em que ficam os primatas (por isso primatas, não?).

Nosso amor não pode ser banalizado ao instinto selvagem e desaculturado e tão pouco pode ser aculturalizado. O amor é produto de duas pessoas para sua relação direta com ação majoritária da intimidade e cabendo somente a essas partes suas articulações para aquilo que lhe és bem. Não há como normatizar o amor... porque nem pessoas podem ser normatizadas...

...sigo para o segundo Ato. Peça intinerante. Seguirei em voo carnal pelo voo imaginário que minha mente rotineiramente faz em direção a ela.

Pensam que temos monologos... mas nossas trocas são maravilhosas e intensas. Transformamos kilometros em meras quimeras...puverizamos a terra que nos separa...e sopramo-a ao vento, espalhando a essencia de nosso corpo transpirado.

Mais do que juntos... unidos. Uma união dificil de ser entendida, porque também não é fácil de ser vivida, mas fazemo-lo-a. É possível. Que encontremos forças para continuar seguindo...e onde mais encotramos é um no outro.

Hoje a vida não me parece frágil pelo risco que diariamente enfrentamos. Hoje a vida me parece fragil pelo risco de perde-la. A vida me parece frágil porque não posso proteger-te como em uma campâno-la, redoma... Viveremos com esse risco, que um dia chegará para um de nós primeiramente.

Mas nesse dia, depois de muitos Atos... sei que a vida que vivi não foi encenada.
Terei vivido uma realidade imaginada, como para muitos, mas com o diferencial de ser, por nós dois, acreditada. Na loucura de que não há loucura, mas a vontade de ser e estar feliz com o outro, porque ele existe, ainda que eu não o esteja vendo e sentindo.

Minha alma lhe toca mais do que qualquer outra parte de mim poderia ou poderá fazê-lo.
JLM

6 comentários:

  1. Oi Julio!
    Vim matar a saudade...
    E me deparo c/uma decoração q faz gosto.
    Dizeres valiosíssimos...
    E, claro, adoro ver no canto direito, um pequeno rastro de mim.

    kiss
    .
    LiZZa

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  2. Espetáculo intinerante é mesmo uma grande prova para a capacidade dos atores de fazer nascer a felicdade em qualquer lugar. Num simples onibus, numa rua entre tantas. E porque não nas situações adversas, fatos, fotos?

    E que seja longa a temporada do amor.

    "Esperando aviões"

    MLJ

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  3. Vim p/mostrar minha gratidão,e dizer q fico feliz por tua estampada alegria.
    Como sou de rompantes...(ariana maluca)rs
    Um poeminha bem light, de improviso,
    agora, nesse instante(rs):


    Cara, como vc escreve bem!
    Meu caro cm vc desenha o abstrato
    Sem farsa, nem farpas.
    Como suas maos sabem liderar
    A arte de um dizer
    Que mtos tentam falar,
    Mas a fonte das letras não fazem brotar
    Esse dom da fala inteligente
    Que provém de um raro sentir...
    Ah! Esse é como raíz,
    É como seiva natural
    Um arranjo da natureza
    Surpreendente e belo
    Que revigora
    E so faz bem. E que bem!...

    L.L.

    obs: Daqui de onde nasceram os versos,
    vai direto pro meu arquivo de POESIAS RECENTES. rs

    a big kiss, Julio!
    =)

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  4. Na trilha dos elogios da Liza...

    Voce é o amigo prolixo, sensivel e escritor que toda mulher merece ter por perto.
    Eu bem que tentei ser sua amiga. Não deu. Culpa sua, que leva o maior jeito para namorado-perfeitinho...

    (Foto do pé nãooooooooo..ooo..oo.o)

    ETA
    MLJ

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  5. Julio, apaixonado amigo, pra lá de justificada tua ausência - que post LINDO, que amor-perfeito o de vcs... - mas faço o que da minha saudade, moço??

    Pra vc tomar um suco fresquinho, deixei pra vc um desafio lá no blog..,foge não...rsrsrs

    Bjo, meu amigo querido. É bom demais te ver feliz assim!!!

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  6. Lindíssimo teu blog e o teu pensa.
    Em cada ato das peças amorosas há uma fuga de nós mesmos, ou do outro, dentro de todas as particularidades existem universos, mas amar é sempre possível, mesmo que nem nós sejamos os mesmos.
    O caminhar pela rua, tuas veredas transformadas em fotografias são de mais!
    Sigo-te!

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