terça-feira, 27 de outubro de 2009

Enxergando o presente!


Trecho do livro
Aprendendo a Viver - Imagens
Clarice Lispector

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- O presente é o instante em que a roda do automóvel em alta velocidade toca minimamente no chão. E a parte da roda que ainda não tocou, tocará num imediato que absorve o instante presente e torna-o passado. Eu, viva e tremeluzente como os instantes, acendo-me e apago-me, acendo e apago, acendo e apago. (página 9 - extraído de “Água Viva”)

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Por anos a fio o homem tem se desenvolvido e não para por aqui. Frente ao universo, a eternidade parece ser mais lógica do que a finitude da vida. Considerada utópica, inconcebível e incabível do ponto de vista ético. Isto, por que se todos nós hoje conseguíssemos a eternidade como faríamos com os futuros nascimento? Se excluirmos a natureza de fazer a ‘escolha’ de quem fica e quem vai, quem seria habilitado para ocupar o ‘cargo’?
Assim, ansiamos viver o máximo possível, com o máximo de condições saudáveis ou ao menos favoráveis. Temos a morte como nosso predador. O ‘hunter’ sorrateiro. Espreita e não anuncia quando irá agir. Não há meios de controlar a ação desse caçador implacável.
O fato é que falar sobre coloca-nos diante de uma fragilidade que não gostamos de ver. Tão pouco sentir. Do ceticismo ao beatismo, de alguma forma o assunto busca contornos, respostas, definições. É a busca silenciosa, disfarçada, pelo significado de nossa existência. As ‘obras’ humanas soam como o subterfúgio para a imortalidade. A arte parece ser o expoente maior para imortalidade. São esculturas, pinturas e mesmo a arte em forma de edificações como pontes, edifícios, etc. Claro, a literatura se mantém ali, incólume. Tem o poder de renovar-se. Adéqua-se a cada momento histórico.
Atualmente, a imprensa costuma referir-se, quando de um acidente envolvendo riscos para a vida humana, como: ‘a pessoa corre risco de morte’. Costumava-se dizer a alguns anos atrás: ‘corre risco de vida’. Eu penso que a vida é um milagre. Olhar para um ser adulto que seja, e imaginar que foram desdobramentos celulares, partindo da junção de duas células completamente diferentes, que nosso coração tem um pulsar inexplicável. Penso que nós, a cada instante não evitamos a morte, mas lutamos pela vida. Estamos ilhados em focos infecciosos, bactericidas, virais. Lutamos contra forças da natureza e contra forças de nossa própria espécie. Sejam nossos ‘iguais’ que aniquilam vidas alheias por futilidades. Aniquilam pessoas que trabalham exatamente para dar-lhes condições de existência, nas mais diversas funções. São nossos ‘iguais’ parceiros, cônjuges, ficantes, que aniquilam a vida emocional dos seus.
Se você já chegou até aqui, deve-se estar perguntando do porque de um assunto meio ‘down’ em um blog sobre sensibilidade, mas são coisas como está que me fizeram olhar para a vida de outra forma, com outros olhos, com outra ‘Iris’. Olhar para as pessoas como pessoas e não como coisas. Valorizar cada momento, cada abraço, cada bate papo. Não tínhamos internet, tão pouco blogs e afins a algumas décadas atrás. Se existem hoje, continuemos praticando o que melhor o ser humano pode fazer por si mesmo, relacionar-se com outro.
A você, o meu grande abraço e apreço. Observação, não só um abraço, mas aquele que damos a quem realmente temos enraizado bem ‘aqui no meio’.
J.Cesar

2 comentários:

  1. Sim, a vida é um milagre! Viver é arriscar-se, todos os dias.
    E viva a internet que nos possibilita novas descobertas e nos leva ao encontro de pessoas, viva ao envolvimento mútuo e rico.

    Um Grande abraço pra você.
    Lisa

    P.S: olha que interessante essa história:
    Um dia um pensador indiano fez a seguinte pergunta a seus discípulos:
    - Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?
    - Gritamos porque perdemos a calma - disse um deles.
    - Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado? - questionou novamente o pensador.
    - Bem, gritamos, porque desejamos que a outra pessoa nos ouça, - retrucou outro discípulo.
    E o mestre volta a perguntar - Então não é possível falar-lhe em voz baixa?
    Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador.
    Então ele esclareceu:
    - Vocês sabem porque se grita com uma pessoa quando se está aborrecido? O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito. Para cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente. Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro, através da grande distância.
    Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas? Elas não gritam. Falam suavemente. E por que? Porque seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena. Às vezes, estão tão próximos seus corações, que nem falam, somente sussurram. E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se olham e basta. Seus corações se entendem. É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.
    Por fim, o pensador conclui:
    - Quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta.

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  2. depois passa lá que eu tenho um selinho
    procê! beijin

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